A disfonia espasmódica de adução é a forma mais comum e representa de 80 a 90% dos casos.
A causa está relacionada com o controle alterado dos músculos laríngeos durante a fala, no sistema nervoso central (SNC)
Mais frequente no sexo feminino do que no masculino, numa proporção que varia de 1:3 a 1:8.
Pico do início dos sintomas ocorre entre 35 e 45 anos, mas pode surgir em qualquer idade entre 13 e 71 anos
A progressão da disfonia geralmente é gradual no primeiro ano e depois torna-se crônica
Tremor vocal pode estar presente em 30% dos casos
- O tipo de disfonia espasmódica depende da musculatura laríngea envolvida.
- Existem 3 tipos de Disfonia Espasmódica:
D.E. de Adução
D.E. de Adbução
D.E. de Mista
- A D.E. de adução é o tipo mais comum e corresponde a aproximadamente 90% dos casos.
- A D.E. de abdução e a D.E. mista são mais raras.
Disfonia Espasmódica de Adução
Caracteriza-se por voz tensa-estrangulada, quebras de sonoridade intermitentes e esforço fonatório excessivo.
As pregas vocais fecham-se com muita força de forma involuntária e intermitente. Nessa forma de DE, ocorre a hiperadução das pregas vocais.
O músculo intrínseco envolvido é principalmente o músculo tireoaritenodeio (TA), que se encontra dentro das pregas vocais.
Os pacientes frequentemente relatam esforço para falar e muito cansaço vocal
Disfonia Espasmódica de Abdução
Caracteriza-se por uma voz entrecortada com escapes de ar intermitentes durante a fala. A voz é tipicamente soprosa, de difícil controle.
Na D.E. de abdução, ocorre a hiperabdução das pregas vocais.
O músculo envolvido é o cricoaritenoideo posterior (CAP), único músculo que abre as pregas vocais. O CAP é fundamental para a abertura da laringe, movimento necessário para a passagem do ar durante a respiração.
Os pacientes com DE de abdução relatam cansaço vocal.
Disfonia Espasmódica Mista
Compartilha sintomas da disfonia espasmódica de adução e de abdução.
Resulta em voz soprosa e ao mesmo tempo tensa.
Pode haver predomínio de uma das duas formas de disfonia espasmódica.
DISFONIA ESPASMÓDICA
Adução
Abdução
Mista
Voz
Tensa-estrangulada com quebras de sonoridade e esforço fonatório excessivo. A fala torna-se extremamente cansativa para o paciente
Tipicamente soprosa com escapes de ar intermitentes de difícil controle durante a fala. Os pacientes relatam cansaço vocal.
Soprosa e ao mesmo tempo tensa. Pode haver predomínio de uma das duas formas de disfonia espasmódica
Laringe
As pregas vocais aproximam-se com muita força e de forma intermitente
Observa-se dificuldade para iniciar e manter a aproximação das pregas vocais para a produção de sons sonoros
Observam-se características das duas formas de disfonia espasmódica
Musculatura Afetada
Principalmente o músculo tireoaritenodeio (TA), que encontra-se dentro das pregas vocais
Músculo cricoaritenoideo posterior (CAP), único músculo abdutor da prega vocal. Importante para a abertura da laringe durante a respiração
Músculo tireoaritenoideo (TA) e cricoaritenoideo posterior (CAP)
Exemplo de Vozes
Produção Vocal da Disfonia Espasmódica
A disfonia espasmódica é tarefa-dependente. Isso significa que a voz segue determinados padrões de emissão de acordo com a tarefa de fala:
Disfonia espasmódica de adução: No tom habitual de fala, as quebras fonatórias são mais evidentes. Geralmente os pacientes referem muito esforço para falar e sentem muito cansaço vocal. No agudo (som fino), a voz apresenta menos quebras e o esforço fonatório diminui. Muitos pacientes referem que ao cantar a voz melhora. Isso acontece porque quando cantamos realizamos maior modulação da voz, principalmente para o agudo; No grave (som grosso), as interrupções intermitentes da voz aumentam assim como o esforço para falar e o cansaço vocal. O sussurro (emissão de cochicho), a risada, o pigarro e a tosse são praticamente normais.
Disfonia espasmódica de abdução: na fala habitual, observa-se soprosidade intermitente da voz. Ocorre aumento dos sintomas durante a emissão de palavras com os fonemas sem sonoridade (quando não há vibração das pregas vocais), como /f/, /s/, /ch/, /p/, /t/ e /k/. Em vogais sustentadas, não ocorrem quebras de sonoridade, mas frequentemente observa-se momentos de maior escape de ar.